Responderam com disponibilidade e simpatia ao convite para participarem em aulas sobre a “Construção do futuro e gestão da carreira”, da disciplina de Psicologia do 3o ano do ensino profissional - em sessões conjuntas dos cursos profissionais de Animador/a Sociocultural e de Técnico/a de Ação Educativa, nas instalações que se situam junto ao Mercado Municipal de Faro.
O primeiro foi Rogério Bacalhau, Presidente da Câmara Municipal de Faro. Chegou, perto das onze da manhã, de segunda-feira, dia 17 de janeiro, para falar sobre a importância da vocação profissional no desempenho de determinada função. As dezasseis alunas e um aluno ouviram, com interesse, o autarca de Faro a contar as experiências profissionais, bem como a vida de estudante universitário, em Coimbra.
Lembrou os sacrifícios do pai para que ele pudesse estudar para longe de casa.
Naquele tempo, ainda não havia ensino universitário, no Algarve. O pai de Rogério Bacalhau gastava dois terços do ordenado mensal na licenciatura do filho, apenas lhe restava viver com uma pequeníssima parte. Agradecido, o atual autarca de Faro, estudou com afinco para satisfazer os desejos do progenitor “tendo um emprego com futuro” no Estado, escolhendo a profissão de professor de matemática que exerceu até optar pela política autárquica.
Rogério Bacalhau lembrou aos jovens que, embora as circunstâncias políticas, sociais e tecnológicas tenham sofrido grandes transformações no sentido de abrir mais e melhores horizontes de educação e formação aos jovens, o acesso ao mundo laboral está mais exigente aumentando as dificuldades em encontrar “um emprego para a vida”, como acontecia antes.
Avisou que não é fácil fazer o que se gosta e evoluir na carreira, com um ordenado digno e suficiente. Há que ser “resiliente e corajoso”. Como exemplo, falou no próprio filho que, apesar de ter completado a licenciatura em arquitetura, seguiu uma carreira completamente distinta quando compreendeu que a vocação dele era ser gestor. Fazer o que se gosta “é fundamental para nos sentirmos bem connosco e com os outros”, concluiu.
No dia seguinte, foi a vez de António Miguel Pina, autarca da vizinha cidade de Olhão. Antigo jogador de basquetebol, seguiu as pisadas paternas de servidor público e social. Contudo, cedo aprendeu que, além de criticar o que não se considera justo ou consentâneo com as nossas ideias, é necessário “agir para que nada fique na mesma”. Explicou depois que fez formação para árbitro, para ter a oportunidade de alterar o que sempre considerou errado, naquele desporto.
Pai de dois rapazes, um deles da mesma idade dos assistentes, fez questão de deixar este conselho: “vejo-vos demasiado dependentes dos objetos eletrónicos - smartphones, iPads e computadores - o saber e a experiência devem ser procurados nos lugares reais e não só na realidade virtual”, sentenciou.
E, quando uma aluna lhe perguntou o que ía fazer para proporcionar mais emprego aos jovens, no concelho de Olhão, António Miguel Pina invocou um discurso emblemático do Presidente norte-americano, John Fitzgerald Kennedy, para questionar: “o que estás tu a aprender para dares à tua comunidade? Não podes estar dependente do que os outros podem fazer por ti, és tu que tens
de ter iniciativa, vontade, garra. Neste mundo, ninguém dá nada a ninguém, sem
provar nada.”
A receber os dois convidados esteve o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Faro/Diretor da Escola Profissional D. Francisco Gomes de Avelar e grande mentor da mesma, José Ricardo Candeias Neto, bem como a Presidente do Conselho Pedagógico, Nélia Barranqueiro Viegas.
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